

Homem-Palco e o Teatro de Bonecos
O Homem-Palco é uma mala de viagem que, quando montada, se torna uma caixa cênica ambulante onde realizo meus espetáculos de bonecos.
Ela foi criada para suprir uma má formação genética nos meus ombros, que me impedia de permanecer com os braços estendidos para cima durante algum tempo, postura típica no Teatro de Bonecos Popular do Nordeste.
A ideia original surgiu do meu irmão gêmeo, André Forecchi, e aprimorada por Thiago Francisco, meu professor de bonecos. Ela foi confecionada por mim com o auxílio de muitos(as) artistas e amigos e segue em transformação.
Os materiais utilizados são reciclados: papelão, papel de saco de cimento e cola.
É nesse espaço lúdico que eu conto a História de Chico da Lua.
A História de Chico da Lua
Chico da Lua é um jovem sonhador, cujo coração pulsa com paixão pela arte. No entanto, ele enfrenta a oposição de seu pai, João Nervoso, que anseia por uma vida estável e convencional. Esse conflito familiar é o ponto de partida para uma jornada repleta de poesia, humor e autodescoberta.
Chico da Lua compreende seu destino com serenidade, e algo surpreendente acontece, trazendo uma profunda reflexão sobre a imortalidade encontrada ao ser fiel a si mesmo.
Através magia dos bonecos, música e declamação de poemas, a história nos convida a explorar o poder da autenticidade e a refletir sobre a importância de seguir nossos sonhos, mesmo quando confrontados com obstáculos e expectativas externas.
Duração - 45m
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Indicação - Livre


Minha história com os bonecos


Era um fim de tarde particularmente quente em Fortaleza, Ceará, quando eu e meu irmão decidimos que já estava bom de trabalhar fazendo música e passando o chapéu nos restaurantes da cidade. Passando por uma praça lotada de gente, decidimos parar. Mais tarde eu entendi que se tratava do reconhecido festival Sesi Bonecos do Mundo e foi ali, depois de me encantar com diversas apresentações, que eu assisti pela primeira vez um espetáculo de Teatro de Bonecos Popular do Nordeste, mais conhecdo como Mamulengo. Em cena estava a companhia Sobrevento, com a brincadeira "Benedito no Pilão" e, na platéia, estava dois jovens magrelos com dores nas bochechas de tanto rir. Naquele momento eu entendi que gostaria de brincar daquilo também.
Os meus primeiros bonecos foram confecionados entre Porto Velho-RO e Rio Branco-AC com resina epoxi e canos de pvc, e abençoados em uma primeira apresentação intimista em Cuzco no Peru.
Eu não possuia quaisquer respaldo ou orientação de nenhum mestre, apenas as memórias da apresentação que tinha visto, e o desejo de fazer algo tão divertido quanto.
Com o passar do tempo fui confecionando mais bonecos, recebendo outros e me dando conta da importância de receber alguma orientação. Por motivos de paixão afetiva eu fui parar em Brasília e, por sorte, ali se concentravam muitos brincantes dessa arte popular.
Através do instagram, entrei em contato com um seguidor do Osviajero que se chamava Mamulengo Fuzue e, encarecidamente, pedi que me instruísse na arte. Mesmo com a casa em construção, com a esposa, com dois filhos e dois pedreiros, ele aceitou me acolher. Por sorte ou destino, quem me acolhia era Thiago Francisco, ser humano ímpar e brincante espetacular, que se tornou meu professor e amigo. Retornei inúmeras vezes para a sua casa e assim espero continuar. Foi ele quem me apresentou e me inseriu na cena bonequeira local. Foi dele também que veio a ideia de fazer o homem-palco de papelão e papel de saco de cimento, melhorando a ideia original de meu irmão de pensar em um leque gigante para apresentar os bonecos. Foi assim que conheci o Mestre Chico Simões, outra figura que se tornou de extrema relevância para o início de minha formação prática na brincadeira de bonecos.
Nos últimos anos tive a oportunidade de apresentar o Homem-Palco em diversas circunstâncias, como festivais, televisão, festas privadas, etc, e sou eternamente grato a todos os mestres e mestras que vieram antes de mim, mas, principalmente, ao Thiago Francisco e sua família, que me acolheu no início de tudo sem sequer me conhecer.